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Acupuntura auxilia o controle do Diabetes

Venho apresentando, desde o início das aulas e textos apresentados que a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)/Acupuntura observa o funcionamento do corpo de forma bastante específica e contrastante com a "medicina convencional". Dessa forma é desnecessário dizer que para a MTC esse problema de saúde não se explica por uma defasagem no sistema hormonal que regula a captação de Glicose.

Em resumo a "medicina convencional" observa a Diabetes Mellitus (DM) como dois padrões. Enquanto para a MTC sua categorização irá depender da forma como o quadro sintomatológico se apresenta.

Assim,

- para a medicina convencional a DM é observada como:

  • Tipo 1: vontade de urinar diversas vezes; fome frequente; sede constante; perda de peso; fraqueza; fadiga; nervosismo; mudanças de humor; náusea; vômito.
  • Tipo 2: infecções frequentes; alteração visual (visão embaçada); dificuldade na cicatrização de feridas; formigamento nos pés; furúnculos.

- para a MTC essas características sintomatológicas são observadas como:

  • Alterações no armazenar;
  • Alterações no arrefecer;
  • Alterações no nutrir;
  • As características são correspondentes aos patógenos Fogo/Calor,

As características acima podem ser relacionadas à fisiologia do Rim ou do Baço apresentando como:

  • Síndromes de Deficiência de Qi;
  • Síndromes de Deficiência de Sangue;
  • Síndromes de Deficiência de Yin;
  • Síndromes de Deficiência de Yang;
(Com consequente formação de Calor ou Fogo) 

Anteriormente à seleção dos pontos que possibilitarão o desenvolvimento do tratamento é necessário realizar diagnóstico para caracterização da Síndrome e seleção dos pontos específicos para o tratamento da Síndrome diagnosticada. 

Alguns pontos de relevância para utilização nos casos de DM:

  • Ran Gu (R2);
  • Zhao Hai (R6);
  • Yin Gu (R10);
  • Gong Sun (BA4);
  • San Yin Jiao (BA6);
  • Zu San Li (E36);
  • Shou San Li (IG10),
  • Qi Hai (VC6).

Além desses, existem dois Pontos Extra que os estudos demonstram ser de grande importância para esses tratamentos:

  • Wei Wan Xia Shu (Ex-Co 3): 1,5 Cun lateral à apófise espinhosa da 8a. vértebra torácica
  • Acrescentar outra agulha abaixo da apófise espinhosa da 8a. vértebra torácica, na linha média posterior.

 
Imagem ilustrativa indicando o ponto extra de acupuntura Wei Wan Xia Shu.
Retirado e adapatado de: Atlas Illustré d'Acupuncture Seirin B. C. Kolster.

Artigos científicos relacionados ao tema:
Dan, Y. Clinical observation on therapeutic effects of acupuncture treatment for 100 cases of type II diabetes. J. Acupunct. Tuina. Sci. 2, 34–35 (2004). https://doi.org/10.1007/BF02848398

Meta-analysis of Acupuncture Treatment for Type 2 Diabetes / 上海针灸杂志
Qiyan ZHENG; Huisheng YANG; Rongrong XIANG; Qin LU; Yushuo ZHANG; Han WANG; Song WU.
Shanghai Journal of Acupuncture and Moxibustion ; (12): 618-622, 2016.
Artigo em Chinês | WPRIM (Pacífico Ocidental) | ID: wpr-490194

Variação da Moxabustão

Técnica de Moxabustão Chinesa e Japonesa

Cones de moxa utilizados na (A) técnica chinesa e (B) técnica japonesa.


A Artemísia é a erva de maior emprego para a moxabustão. Apesar de tratarmos como uma erva única, atualmente são catalogadas aproximadamente 180 variedades dessa planta.

Dentre as diferentes variedades de Artemísia escolhidas são, normalmente, A. vulgaris e A. sinensis, no emprego na técnica chinesa, enquanto as variedades A. montana e A. princess são de escolha para as técnicas japonesas.

Moxabustão

Ferramenta Essencial do Acupunturista

No tratamento com a moxabustão, seja tonificação ou dispersão, é o cliente que dita “o limite” da aplicação. Somente o cliente pode expressar como está sentindo o calor, tanto na pele como no interior do corpo.

No Su Wen (Cap. 60), primeiro livro do Huang Di Nei Jing (Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo), diz:

"Ao tratar o Frio e a febre, aplicar moxabustão primeiro ao ponto Dazhui, determinando o número de cones de moxa usados em cada tratamento, de acordo com a idade do paciente; depois, aplicar moxabustão aos pontos do osso sacro e usar o número de cones de acordo com a idade do paciente."

Apesar de o tratamento ser sempre específico, dependente da sensação de cada pessoa, alguns fatores devem ser considerados quando se realiza essa ferramenta.

São eles:

Circulação do Qi

Padrões e Características

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) observa o corpo, seus constituintes e fisiologias de forma distinta da considerada pela Medicina Convencional. Para a MTC, além do sangue, outra substância vital circula pelo organismo, o Qi. 

Essa substância vital é denominada, comumente, pelo termo "energia".

Ainda que a circulação do Qi ocorra continuamente em todo o corpo, considera-se que a cada período de tempo, de 2h, ocorra a permanência do Qi em um dos doze órgãos que compõe a fisiologia da MTC.

Esse "relógio biológico", por vezes, permite a caracterização do diagnóstico através da apresentação de algum evento patológico (como, por exemplo, um sintoma ou agravamento do quadro que ocorre sempre no mesmo horário), com a fisiologia associada ao horário de circulação do Qi.